quinta-feira, 4 de junho de 2009

M de Maria - série cordel

Todos os dias Antônio fazia sua oração. Joelhos no chão, coração também. Era humilde como ninguém, João, o irmão que acompanhava Antônio no ato. Maria Alice nada queria daquilo ali. Achava que se bastava, não tinha que por os joelhos na dor e falar com quem não via. E todos viam que ela era mesmo assim, -“esconder para que?” - dizia - “Os bestas aqui são vocês” - prosseguia. Os irmãos se olhavam e sem palavras se entendiam. Sabiam que a verdade se contava de outro modo. E “o besta”, não tinha jeito, era mesmo Maria e a pobre nem sabia.

Num dia certo Antônia e Alberto, Pais dos espertos, Maria, Antônio e João, anunciaram depois da parca refeição que iriam se mudar de Senador Lá Rock para Imperatriz ou Nova Iorque, municípios no Maranhão. “Aqui não ta dando mais, meus filhos o seu pai já não tem outra opção, vê vocês com fome e não ter o que fazer dói muito no coração. Eu e sua mãe conversamos e juntos chegamos a essa decisão. Tive oferta de trabalho nessas duas cidades e partiremos logo, devido às necessidades”

Foram para Imperatriz. Tudo que sempre quis, viu Alberto e pode morrer feliz. Todos os filhos formados dois contadores e um advogado. Os dois homens se casaram e Maria temia “ficar para titia”. A mãe dos três já era senhora idosa. Sonhava voltar para roça para passar em paz a velhice. Alice não concordava fazia birra e teimava, não queria ficar só. Só concordou com a mãe quando arrumou um namorado, que se dizia apaixonado.

E ficando Maria só, casou-se com Zé Bodó. Mas esse tal de Bodó sabia namorar... Sabia tanto que não conseguia parar, mesmo depois de casar. Um dia então a casa caiu, Maria descobriu!

Chorou-se para todo lado e o irmão advogado Maria foi procurar. “Que ele bebesse eu até tolerava, mas ser uma mulher enganada é de mais para mim”. Queria ela o divórcio. Amava. Mas aquilo ela não aceitava. Bodó não concordava. O perdão ele pedia, ela não cedia. Ele se sentia culpado, não devia ter namorado, amava Maria.

Eles estavam distantes, mas se pensavam a todo instante.

Os irmãos de Alice estavam preocupados. Não procuraram culpados. Pensavam em uma solução. Sendo de grupo de oração, ouviram o coração. Nele Deus dizia que tinha planos para Bodó e Maria. Na semana que chegava haveria um retiro espiritual... Mas os irmãos não se animaram. Já ira ser a décima vez que chamavam, seria natural outro “não”. “Retiro?!” –dizia a irmã- isso é coisa de gente mole, eu prefiro o fole da agitação”. Mas fazer o que? Na oração Deus dizia: chama Maria, chama Maria!

Maria queria “fugir” daquela cidade. O retiro era uma boa oportunidade. E assim ela aceitou, nem titubeou.

Chegou discretamente no salão, no meio de tanta gente Deus falava diretamente com ela. Foi indescritível o que aconteceu, Maria renasceu. Perdoou o seu marido e orando por ele Deus ouviu o seu pedido...

Na mesa de um bar Zé Bodó começou a chorar. Não sabia explicar porque nunca tinha chorado assim. Sem entender saiu dali voando e foi para casa soluçando. Sentou no sofá e se descontrolou novamente em pranto. “Ai meu Deus o que é isso?!” –gritou. Não ficou sem resposta. Ele caiu em repouso. Viu-se entrar num lugar maravilhoso. Sua alma se enchia de paz e gozo. Um anjo lhe pegou pela mão e mostrou sua mulher em oração. Em sua alma se abria uma nova ciência. Zé Bodó foi então, batizado no Espírito Santo de Deus. E lhe prestava reverência.

Tudo ficou em paz. Zé bodó não traiu mais, até parou de beber. Maria se animou e tiveram um bebê. Hoje vivem os três: Zé, Maria e Juquinha, em plena harmonia, paz e muita oração. Vão para a missa todo dia e ajudam muitos outros casais que vivem na mesma situação que um dia fez sofrer Maria. E lhes dão a mesma solução.

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